domingo, 28 de março de 2010

FAX URGENTE: PROFESSORES SÃO REPRIMIDOS AO COBRAR DIREITOS TRABALHIISTAS

GOVERNO SERRA AGRIDE PROFESSORES


Tropa de choque cerca ruas da região do Palácio dos Bandeirantes e ataca professores com bombas de efeito moral e balas de borracha; vários professores ficaram feridos.







Mais uma vez os professores deram uma demonstração de garra e disposição de luta nesta sexta-feira, 26. Além da chuva, que marcou o início da assembléia estadual, realizada no Morumbi, nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, os professores enfrentaram a truculência do governo José Serra, que posicionou a tropa de choque, a Cavalaria e a Força Tática no entorno da sede do governo para impedir o direito ao livre trânsito de professores. Houve conflito. A tropa de choque usou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha contra a categoria.
Vários professores ficaram feridos. O governo tentou de tudo para evitar a realização da assembléia, realizando bloqueios policiais nas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares e na Marginal do Tietê para barrar os ônibus que traziam professores do interior. Não conseguiu. Mais de 40 mil professores aprovaram a continuidade da greve e uma nova assembléia no próximo dia 31 de março (quarta-feira), às 15 horas, no vão livre do MASP.
Uma comissão foi recebida pelos secretários adjuntos da Casa Civil e da Educação apenas para afrontar mais uma vez o nosso movimento, propondo que a negociação se dê apenas com o fim da greve. Entretanto, cabe aos professores – e não ao governo – decidir o encerramento da greve, mediante o atendimento das reivindicações.


Nossas principais reivindicações:

Reajuste imediato de 34,3%;
Incorporação de todas as gratificações e extensão aos posentados, sem parcelamento; Contra o provão dos ACTs;
Contra a avaliação de mérito;
Contra o PLS 403 (Senado Federal);
Pela revogação das leis 1093, 1041, 1097;
Por um plano de carreira justo;
Concurso público de caráter classificatório.

São Paulo, março de 2010.
CARTA DE:Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Prezados senhores, prezadas senhoras,
A APEOESP, sindicato dos professores estaduais, pede respeitosamente licença para expor aos senhores e às senhoras, resumidamente, a situação atual da rede estadual de ensino, e os motivos que nos levaram a estar em greve desde o dia 8 de março.
Esta nossa mensagem é importante, porque estamos dialogando com pessoas cujos filhos e filhas são, possivelmente, nossos alunos e alunas na escola pública.
O propósito da nossa greve é, sim, melhorar nossas condições salariais e de trabalho, mas o objetivo maior é oferecer um ensino sempre de melhor qualidade.
Estar em greve nunca é uma situação fácil; por isto ela é um recurso que utilizamos quando as portas se fecham e não ocorre a negociação. É o que tem acontecido. Há muito tempo estamos alertando o governo de que nossos salários são muito baixos, que acumulamos muitas perdas e que
as condições de trabalho são muito ruins. Isto afeta a qualidade do nosso trabalho e prejudica o aprendizado de seus filhos e filhas.
Mas o governo não nos atende, nem quer negociar. A resposta é sempre não, não e não. Para piorar, agora manda a polícia militar nos agredir, como tem ocorrido em diversas cidades e, com maior gravidade, na tarde de 26 de março nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, deixando vários
professores feridos.
Os senhores e as senhoras sabem que o professor que alfabetiza seus filhos, na jornada de trabalho de 24 horas semanais, ganha apenas seis reais e cinquenta e cinco centavos por hora aula?
E que o professor de 5ª a 8ª série e ensino médio ganha apenas sete reais e cinquenta e oito reais por hora aula? E que o nosso vale alimentação é de apenas quatro reais?
Escola não é só prédio e equipamentos. Eles são importantes, mas a essência da escola são as pessoas que nela estudam e trabalham. No entanto, ao contrário de serem valorizados, os professore estão submetidos a muita pressão. Leis e decretos que retiram direitos profissionais, impõem obrigações
injustificadas, provas para isto e para aquilo e estimulam uma competição nada saudável entre professores, criando um clima nas escolas que não ajuda a melhorar o processo educativo.
Nós precisamos do apoio e da compreensão de vocês. Nossa profissão é ensinar. Nós formamos e dedicamos nossas vidas a isto. Nosso instrumento de trabalho é a educação. Estamos tristes com tanto desrespeito do governo, mas não nos entregamos porque temos compromisso com cada um de vocês e com seus filhos e filhas. Quanto mais apoio houver, mais rápido o governo negociará e as escolas estaduais de São Paulo voltarão à sua rotina normal, mas haverá mais qualidade de ensino... podem estar certos disto!


Um grande abraço. Muito obrigada!
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Texto copiado de: FAX URGENTE
Fotografias: Jefferson Siqueira

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